Eia

Eia

Quando um manto negro cai sobre o céu e faz da noite feia

Tenho a impressão que as trevas em terra vagueia

Sinto dores no corpo como o resultado de uma peia

E o silêncio grita em meus ouvidos, a sua fala que desnorteia

Minhas mãos estão tremulas e meu corpo agora bambeia

Ajude- me quem puder, minha voz então esbraveia

De repente encontro-me sob uma luz que clareia

O céu, o mar, a terra, com um brilho que a tudo mapeia

E nuvem alguma sobre ela vadeia

Soberana majestade da noite, és tu lua cheia

E o mar ao ver-te, em alvoroço em ondas serpenteia

Como um ninho de cobras que finda na areia

Ouço uma canção composta por preces de baleia, risos de sereia

Marulhos e urros de ventos que em meus tímpanos passeia

Em uma perfeita harmonia formada por colcheia e semicolcheia

Num compasso delirante com pausas de até uma hora e meia

A noite não tarda a desbotar pois um novo dia agora anseia

A renascer mesmo que seja de forma alheia

E o sol da noite ao retirar-se ainda ateia

Um ultimo raio de luz e morre, porque a estrela incandescente não freia.

Dú ras
Enviado por Dú ras em 20/09/2010
Código do texto: T2510244