Confissões á Lua

Ah! Como eu queria ser escrava

e estar presa á correntes

na escuridão da noite mais fria,

banhada apenas pela Lua mais branca,

pela lua branda,

em meio á escuridão da noite mais negra!

Só para que eu não pudesse tomar decisão alguma...

Ah! Como eu queria ser um animal domesticado,

um bicho aprisionado de um circo qualquer,

para que eu, debaixo de um chicote e de uma ordem, á pudesse executar.

Sem êxito, sem âmbito, sem ânimo e sem pejo.

Só para que eu não pudesse tomar decisão alguma...

As indagações tumultuam meus pensamentos

e tenho como única companheira você;

Oh! Grandioso satélite!

Ás vezes me dá uma vontade,

(sei que esta vontade não é só minha, é também de todos os românticos!)

tão grande de subir encima de uma casa,

de uma montanha, sei lá, de algum lugar...

O mais alto de todos, o mais alto possível,

somente para que eu possa te alcançar!

Você que parece tão perto quando me consola,

Mas que está tão distante de mim...

Porque você, minha tão querida e ás vezes, tão odiada Lua,

me remete tantos sentimentos, tantas lagrimas,

tantos beijos, tantas lembranças...

Sua luz é pura melancolia,

que ilumina o vazio e a solidão da noite da minha alma!

Ah! Como eu queria ser predestinada á tudo nessa vida!

Queria ser realista, em vez de ser tão sonhadora!

Mas a tua luz;

Oh! Senhora branca,

me faz muitas perguntas de realidades incertas e brumas.

Porque a angústia que cerca todas as decisões dos apaixonados é feroz,

porque ela não é branda?!?!

Fico me perguntando,

por quantos caminhos terei que percorrer,

para que eu encontre o meu único destino,

sem desatino e cheio de paz...

Oh! Inefável Lua?!?!?!

Ranyelle Augusta
Enviado por Ranyelle Augusta em 20/09/2010
Reeditado em 21/09/2010
Código do texto: T2509760
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