Rasgando o véu
Adquiri forças dentro de mim,
Que estavam refreadas na alma,
Levantei meu rosto determinado
Adestrado pra ser cabisbaixo,
Anular-se das peripécias da própria história,
É se tornar apenas cenário, coisa inanimada.
Sacudi meus ombros, tive ousadia
Ao deixar cair minha covardia
E os impedimentos por livre arbítrio,
Entendi que total sujeição não é característica do homem,
Então, desatei amarras que me prendiam e sai rasgando o véu.
Precisava me refazer e continuar
Tomar posse da personagem que sou,
Visto que, na vida cortinas não se fecham,
Tempo e exibição seguem ação contínua.
A história acontece e se move por si mesma, pelo bem e o mal
Quando os desejos juntam-se aos esforços de encenar,
O essencial é ter um enredo digno
Que dê prazer de representar
Retirar sentimentos e idéias
Igualmente próprias de apreciação
Porque o mal nulifica, atrasa os atos da humanidade,
E um ser improdutivo está na verdade sem vida.
O tempo não espera...
Assim seguirei rasgando o véu.