Rasgando o véu

Adquiri forças dentro de mim,

Que estavam refreadas na alma,

Levantei meu rosto determinado

Adestrado pra ser cabisbaixo,

Anular-se das peripécias da própria história,

É se tornar apenas cenário, coisa inanimada.

Sacudi meus ombros, tive ousadia

Ao deixar cair minha covardia

E os impedimentos por livre arbítrio,

Entendi que total sujeição não é característica do homem,

Então, desatei amarras que me prendiam e sai rasgando o véu.

Precisava me refazer e continuar

Tomar posse da personagem que sou,

Visto que, na vida cortinas não se fecham,

Tempo e exibição seguem ação contínua.

A história acontece e se move por si mesma, pelo bem e o mal

Quando os desejos juntam-se aos esforços de encenar,

O essencial é ter um enredo digno

Que dê prazer de representar

Retirar sentimentos e idéias

Igualmente próprias de apreciação

Porque o mal nulifica, atrasa os atos da humanidade,

E um ser improdutivo está na verdade sem vida.

O tempo não espera...

Assim seguirei rasgando o véu.

Tete Crispim
Enviado por Tete Crispim em 20/09/2010
Reeditado em 20/09/2010
Código do texto: T2508652
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