Duas vidas
A flor dos olhos está deitada no jardim rosado
A luz da alma está encostada no verso guardado
E tudo se torna tão claro quando a luz vem de uma flor escrita
Nos campos verdes, a madrugada é tão brilhante que ofusca
Nos campos cinza, a penumbra é tão escura sem luz pra cá
E tudo se torna tão invisível quando o verde está sob as cinzas
Que mostram a morte do fogo em suas vistas
Nos subúrbios de um céu projetado
Na guerra das palavras vendidas
No espelho que ainda não se quebrou
Na sofreguidão do orgulho fechado
No tremor da ansiedade perdida
No fogo que queimou e não abrigou
E quando o fogo morre em seus olhos, eles se fecham
E quando os seus olhos morrem, vê-se o instante de morrer também
Porque na hora que a fé não mais existe, eles te flecham
E se você foi atacado, a primeira morte você já tem
A herança da palavra outrora esquecida
Se você já perdeu uma, só tem mais uma vida