Por quanto tempo viverei?

Com a alma rasgada,

Escrevo este poema.

Sou um projeto de escritora,

Apaixonada pelo passado.

Sou guiada pela escuridão,

A cada passo que dou

Recebo uma pedrada da vida,

Se fico parada, recebo duas...

O sol já não existe em meu mundo,

Antes de partir,

Disse que não suportava

Lutar contra a escuridão...

A noite também partiu,

Antes do adeus,

Falou que não poderia lutar

Contra a luz da verdadeira escuridão...

Desde criança tinha um vaso,

Coloquei nele muitas flores,

Sempre cuidava delas.

Com o tempo algumas morreram,

Outras decidiram seguir seu rumo...

Morria aos poucos quando via minhas flores partindo...

Meu vaso era vermelho,

E as flores que ele guardava

Eram coloridas, cheias de vida...

Flores que sempre me ouviam,

Enfeitavam minhas poesias,

E me faziam perceber a importância de viver...

Certo dia, meu vaso foi quebrado,

Partiu-se em mil pedaços,

Partiu-me em dois mil pedaços...

O chão guardava os restos

Do vaso, os meus e as flores...

Passei a viver distante daqui,

Construi um vaso imaginário,

Para não ser quebrado.

Pintei o vaso de preto e no lugar das flores

Ele recebia recordações, pedaços do passado,

Guardava também histórias, sem qualquer pontuação

E escondia momentos de grande decepção...

A recordação do vaso quebrado,

E a ausência das flores

Faziam-me chorar...

Perdi o sol, a lua,

Meu vaso e minhas flores...

Depois de tantas perdas pergunto:

“Por quanto tempo viverei?”

LPN
Enviado por LPN em 19/09/2010
Código do texto: T2507644
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