A JUIZA DE MIM

Por que julgas que passo o dia a tôa,

quando, na verdade, vivo a compor?

Não é sempre o que o sino soa,

nem todos os dias que se encontra um amor.

Por que julgas que sou ocioso,

quando, na verdade, penso sobre a vida?

Descubro um destino jocoso,

e passo o domingo agarrado na minha querida.

Por que julgas o meu olhar distante,

quando, na verdade, te vejo todo o tempo?

Então me levanto num rompante,

na fração do mais vil pensamento.

Por que, por que estás sempre a julgar

o que faço na minha mais pura intenção?

Me irrito com sua forma de me olhar,

pois és incapaz de ver meu coração.

Por que julgas o meu cansaço,

como se apenas tu pudesse se cansar?

Quando nos vemos não me dá uma abraço,

nem faz nada para me agradar.

Por que me julgas se faço ginástica,

quando, na verdade, é a minha saúde a preservar?

Enquanto tu estás inerte, estática,

sem saber como dizer que me pode amar.

Por que se tornou juiza de mim,

quando, na verdade, te estendo a mão?

Não jogues pedra no meu jardim,

nem envenenes a minha paixão.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 19/09/2010
Reeditado em 19/09/2010
Código do texto: T2507392
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