SENHOR, POR QUE ME FIZESTES ASSIM?

Senhor,

Por que me fizestes assim,

Uma alma sedenta de poesia,

Numa busca insaciável, quase insana,

De passar para o papel...

Os versos que correm em mim?

Senhor,

Por que me fizestes assim?

Colocastes em minhas veias,

Versos vermelhos de paixão,

Os quais, tento passar como colocastes,

Eu tento... Amasso o papel,

Tento de novo... Mas, em vão!

Senhor,

Por que me fizestes assim?

As letras saltitam em minha frente,

Querendo brincar comigo;

Outras querendo um ombro amigo,

Para ditar ao meu ouvido,

Os versos que estou a sentir;

Senhor,

Por que me fizestes assim?

A tua intenção foi das melhores,

Mas, por favor, não chores,

Se não estou a cumprir o meu fim;

As letras saltitam em minha frente,

Querendo brincar comigo,

Outras com giz de cera,

Querendo escrever no papel,

Mas... Eu não sei cuidar dessas crianças!

Sou um verso mal rimado,

Um escrevedor desajeitado,

Somente a fazer lambanças;

Tá bom! Tá bom!

Estou indo embora,

Percebi, pela tua cara,

Que não há outra saída,

A não ser cumprir o meu fim!

...Mas, já que me fizestes assim,

Ajuda-me a passar para o papel

Os versos que correm em mim!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 18/09/2010
Reeditado em 18/09/2010
Código do texto: T2506020
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