Arremedos de poesia
Não sei dizer, quiçá
Versos sei fazer...
Acaso poemas escrever?
Arremedos de poesia,
Talvez...
Ainda assim, escreverei...
Frases soltas direi
O filósofo já disse
‘Eu nada sei...’
E o poeta insiste,
Escrever é vício...
É ócio e, é capricho
Então, se Cecília
Sentiu dúvidas
Entre 'Isto ou Aquilo',
Por que sentir isso
Não poderei?
Ah, de Lispector
Amalhearei o seu it
Para do instante,
Sorver todo brilho
Ah, abusada serei...
E com Quintana
A volta ao mundo darei,
A sonhar, sonharei
E tal qual o poeta
Com os pássaros
Voarei, conversarei...
Imitarei o seu canto
Assoviarei...
Canta ave, canta poeta
Cantarolando a vida
A cantarolar reversos
Desejos inconfessos
Cantarei...
Ah, sou aprendiz,
E, aprender tentarei...
Falarei... meias palavras
Frases subscritas direi,
Mensagens subreptícias e,
Nas entrelinhas escreverei
Aquilo que poeticamente,
Dizer, ainda não sei...