DIÁRIO DE MIM

Eu mal nasci e já conheci o choro,

ao oitavo dia me passaram a faca

aos quatros anos, nenhum decoro,

andava nu e batia na lata.

Aos doze anos conheci o laboro

peguei pesado, carreguei pranchões,

aos quatorze arrumei um namoro

e aos dezoito cai em orações.

Aos vinte e dois eu fiz canções,

e aos trinta, uma linda mulher

que ficou comigo nas quatro estações,

seja lá o que Deus quiser.

Não para por aí, aos quarenta,

me fizeram uma festa marroquina

com odaliscas com cheiro de menta,

um belo sorriso e cara de menina.

Aos quarenta e cinco virei poeta,

pelo menos é o que dizem por aí,

achei no chão uma linda moeda

andei numa perna feito um sací.

Ainda com quarenta e cinco,

conheci a minha flor

lhe dediquei com afinco

uma paixão com ardor.

Hoje aos quarenta e sete anos

ainda queria pedir mais,

tem muitas coisas que sonhamos

mesmo sendo os prazeres carnais.

Quando chegar os quarenta e oito,

isso se D´us o permitir,

não adianta eu ficar afoito

é ele quem manda se eu vou existir.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 17/09/2010
Código do texto: T2504773
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