Quisera ser um palhaço,

Quisera ser um palhaço,

Ter ambição resumida na arte de contentar,

Sem patente... Apenas modesto fantoche,

Lilica, espirro ou Quenquém não importa quem.

Embora prefira registro da alma- amor em risos,

Nome simplesmente não faz ninguém.

Vestir-me de forma grotesca, expressiva,

Nada convencional:

Fitas e laços para intensificar os gracejos,

Dos lábios pintados muitos beijos.

Das tolices fazer desabrochar diversão,

Transformar lágrimas em sorrisos então.

Fazer da imaginação solução,

Tornar o nada em tudo num instante

E como magia metamorfosear gente,

Retornar adultos em pouca idade

Com alegria na face, sem vaidade

Para fazer da vida uma eterna criança.

Assim transbordar inocência

Deixar fluir a essência do ser,

Que é a transparência, a serenidade.

Esquecer as mesmices, as malícias

As sobrecargas de o dia a dia vencer.

Equilibrar palavras ao vento,

Soprar poesia para encantar o mundo,

Virar de ponta-cabeça na irritação,

Estabelecer a profunda reflexão

Dar um pontapé na maldade

Bater palmas pra verdade.

Quisera ser...

No entanto, apenas sonho.

Quimera de um sonhador,

Pois, palhaços mortais não nascem mais

E sim marionetes sem vida, testa-de-ferro.

Tento dissimular a realidade, desta era de robôs.

Então como nascerão as alegrias?

Tete Crispim
Enviado por Tete Crispim em 17/09/2010
Reeditado em 22/10/2011
Código do texto: T2503770
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