Necrópsia.

Eu entro no necrotério das minhas razões

E minhas convicções estão lá estendidas

Frias, inoperantes

O que era eu antes, não sei!

A cada passo tropeço

nas minhas certezas

Indefesas diante de mim

Fétidas e contidas

Num envólucro fechado, asséptico.

Agora, a mim parecem vulgares

Todas as minhas verdades!

Eu vômito minhas misérias

Diante da imagem corrompida

Criada na linha de um desesperado grito

Como tiro que acerta o meu peito.

O desfecho perfeito

de uma vida mentida.

A causa provável da morte:

Ter subsistido!

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 16/09/2010
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