Necrópsia.
Eu entro no necrotério das minhas razões
E minhas convicções estão lá estendidas
Frias, inoperantes
O que era eu antes, não sei!
A cada passo tropeço
nas minhas certezas
Indefesas diante de mim
Fétidas e contidas
Num envólucro fechado, asséptico.
Agora, a mim parecem vulgares
Todas as minhas verdades!
Eu vômito minhas misérias
Diante da imagem corrompida
Criada na linha de um desesperado grito
Como tiro que acerta o meu peito.
O desfecho perfeito
de uma vida mentida.
A causa provável da morte:
Ter subsistido!