Seduz-me
Tateio, escrevo no escuro do quarto
Procuro sentir o sabor agridoce das coisas
de tudo, de todas as coisas
Quero o lado invisível
Seduz-me o abstrato concreto
as palavras duais
Embriago-me
com as gostas da chuva fina
Chamo teu nome
e recolho-me
na madruga já sem voz
Vejo-te chegando
acabando com esse
escoar lento do tempo
das noites entre silêncios
e dolorosas dúvidas
Eu ardente liquefaço-me
e borbulho
ao teu encontro
avisto a luz no fim do túnel...