DESAFETO

Eu estou sem tema, sem lema,

aturdido pelas atitudes do homem

que arquiteta um esquema

que minhas entranhas se consomem.

Quer tire a minha paz

quer odeie a minha justiça

pois para tal tanto faz

que lhe provoco a preguiça.

De coração façanhoso

não conhece o sentido do amor

nem o respeito, qual rancoroso,

na sua boca o dissabor.

Vem na noite como um fantasma

quer me roubar o meu sono

para que eu caia como a folha no outono

irritante ectoplasma.

Meu sólido intento equilíbrio,

repousar na noite serena,

respirar o ar da aurora

ao despertar-me nesta pele morena.

Não é bom o meu tom de voz

quero amansá-la por meus pais

fitar fundo o meu algoz

para não me arrepender jamais.

Ouço o barulho do vento

sonho com uma adequada chuva

o farfalhar do meu pensamento

me serve bem como uma luva.

Árvores cobrem a minha dor

com as suas sombras refrescantes

usufruo do seu delicoso frescor

tal qual nos braços das minhas amantes.

Agora do desafeto não me lembro mais

que D´us o leve para o seu caminho

me sinto como em águas termais

quando recebo o teu carinho.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 16/09/2010
Código do texto: T2501059
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