Navegar nos teus olhos
Com a mão segura
Abro as portas que quero transpor.
Abro os braços
E expurgo do peito qualquer rancor.
De mente e coração leves
Dilato os espaços
Até então breves.
Deixo-me levar
Agora
Por mares antes incríveis
Só vividos em sonhos impossíveis
Ao longo da noite escura.
Solto as amarras
E o meu veleiro navega
Indomável
Pelo azul profundo do mar.
Afrente
Sinto
No rosto
O vento que me faz criar.
Sopra
Brando
Enquanto as gaivotas esboçam
Desenhos que fazem
No ar
E me trazem
Voando
Inspiração que me fará despertar.
No mar
Sozinho
Eu não estou só.
Ainda que a breve espuma
Rasto fugaz do meu caminho
Se esvaeça à curta distância
Persiste o olhar que percebo
No azul celeste sem fim
Serenando as águas revoltas
Do infinito mar que há em mim.
Sem hora para voltar
Apenas regresso
Findos meus versos.
Volto então
Célere
Para do novo poema
À garota do doce olhar lhe contar