Meus calos, meus amores minhas cores...
Eu
Eu e meus amores
Eu e minhas dores
Minhas cores tão parecidas
Com as de Frida
Eu e meus calos
Calos de boca, calos de Frida
Ferido no peito ainda cheio de vida
Pedindo a mola para adaptar-me
À mudez da noite
Eu e a bebida
E o cigarro amargo na boca
E o tempo carregado de intrigas
Contra a natureza do bixo gente
O sol quente na nuca do bebado aflito
Que sou eu bebendo as dores do mundo
Num copo fundo cheio de vidro
Eu ainda vibro
Pois sobrevivo a mudez da noite
A ferida aberta na vida
Que me escorre entre dedos aflitos.