Na calada da noite.

À noite, na calada da noite,

O entorpecimento de Hipnos cai,

Como uma brisa, sobre o recinto cai,

Induzindo o olhar ao infinito, dorme,

O som das ilusões pelo ouvido sai,

Sacam como facas das gavetas da mente,

Volteia em um preto e branco diferente,

As mãos dos sonhos como fumaça distrai,

Chamando a âmbitos incógnitos da mente,

E o espírito solto flutuando vai.

A ilusão vestida de branco caminha,

Sobre o cume rochoso da montanha,

E o espírito flutuante segue o sonho

A andar sobre negras pedras rochosas,

O espírito segue a aparição que chama,

O coração obedece à diva que chora,

Entende seu chamado seu canto tristonho,

Tristeza tão sublime que me põem de joelhos...

Na região distante fria e desconhecida,

Era um céu vermelho cujo sol não tinha,

Sustentáculo púrpura cujo sol não havia.

- A montanha é alta, é possível voar?

Ah,Voemos, voemos então sonho, para longe!

Doce ilusão que me chama me acompanhe,

Indique ao coração a direção pra voar,

Fora dessa plaga maléfica e distante,

Leve-me para onde descansas teu lar,

De realidade mais branda e coerente,

De mentalidades mais prosperas e atraente,

Para espremer a dor do corpo e o acalmar,

E poder flutuar nas sombras levemente!

Desprendesse do cume num voou de anjo,

Meu espírito atirasse em seu encalço,

É triste, mais flutuar já não posso,

Nem brotaram em minhas costas asas de anjo,

Declino veloz em direção ao inferno,

Do sexto andar que divide o chão da noite,

Acordado, vejo meu corpo caindo pra morte.

...A mariposa sentisse atraída por luz forte,

E chega perto, tão perto... Que às vezes morre.

À noite, na calada da noite.

tomb

Tomb
Enviado por Tomb em 15/09/2010
Código do texto: T2499639
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