A VIDA NO PAPEL

Eu qual cético agnóstico

vejo a vida no papel

ignoro o prognóstico

uma estrela lá no céu.

Vejo-me no espelho

manchas na pele, o tempo,

musica no aparelho

ouço com todo o sentimento.

A noite fria e serena

durmo e não sei se vou acordar.

De manhã o sol me acena

me convida a levantar.

E eu confio na minha sorte

anseio pela oportunidade

possa vir antes da morte

para minha felicidade.

Mas eu mesmo não sei dizer

se me entreguei só para o amor

há muita coisa que fazer

antes de sentir o seu calor.

E não vou mais acreditar

que alguém move por nós

ai de mim se não falar

quando estivermos as sós.

O meu braço te abraça

o meu beijo te carrega

o desejo some como fumaça

o teu olhar em mim trafega.

Se eu fosse um rabino

dissertaria sobre a beleza

não há nada mais divino

é um dom da natureza.

Volto para o meu poema

cético, poético e patético,

como a vida no cinema

um problema fonético.

Acordo mais um dia

continuo sem entender

se na vida eu podia

me rejuvenecer.

Vejo a vida no papel

eu tenho que ditar

não esperar pelo céu

para ter de acreditar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 15/09/2010
Reeditado em 15/09/2010
Código do texto: T2499258
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