A VIDA NO PAPEL
Eu qual cético agnóstico
vejo a vida no papel
ignoro o prognóstico
uma estrela lá no céu.
Vejo-me no espelho
manchas na pele, o tempo,
musica no aparelho
ouço com todo o sentimento.
A noite fria e serena
durmo e não sei se vou acordar.
De manhã o sol me acena
me convida a levantar.
E eu confio na minha sorte
anseio pela oportunidade
possa vir antes da morte
para minha felicidade.
Mas eu mesmo não sei dizer
se me entreguei só para o amor
há muita coisa que fazer
antes de sentir o seu calor.
E não vou mais acreditar
que alguém move por nós
ai de mim se não falar
quando estivermos as sós.
O meu braço te abraça
o meu beijo te carrega
o desejo some como fumaça
o teu olhar em mim trafega.
Se eu fosse um rabino
dissertaria sobre a beleza
não há nada mais divino
é um dom da natureza.
Volto para o meu poema
cético, poético e patético,
como a vida no cinema
um problema fonético.
Acordo mais um dia
continuo sem entender
se na vida eu podia
me rejuvenecer.
Vejo a vida no papel
eu tenho que ditar
não esperar pelo céu
para ter de acreditar.
(YEHORAM)