AZÁFAMA
Meus pensamentos são movidos nos compassos
enlouquecidos da rotina, eu me amordaço
a construir um alicerce alvissareiro
para um provável amanhã bem prazenteiro.
Os sentimentos esvoaçam sob os passos
nessa jornada estonteante que ora eu traço,
vou engolindo meu desejo verdadeiro
a me vender por maior lucro, mais dinheiro.
Assim eu sigo, erguendo a vida pelo braço,
sem um descanso, desviando do morteiro
que bombardeia esses meus rumos, meus espaços.
Na insana lida eu me prendo, despedaço
e vou secando, vou perdendo o paradeiro
do que eu fui, quando liberto desses aços.