Mulher sem face

Quando menina brincava de mãe

Embalando a boneca toda sapeca,

Nem se dava conta da verdade.

Queria ser grande, triste ventura,

Nem podia imaginar a realidade

Tamanha desigualdade diante da vida.

Sonhos desfeitos, noites acordada

Choro contido, vida ceifada, falsa valentia

Em ostentar a forte figura,

Mãe, guerreira e amante

Mulher sem face.

Sem posse da identidade de ser formosa.

Rosto marcado pela dureza da causa,

Constrangida no físico e na alma,

Em troca de ser companheira,

Mãe, guerreira e amante

Mulher sem face.

*Infelizmente esta é a realidade de muitas mulheres que sofrem violência.

Tete Crispim
Enviado por Tete Crispim em 15/09/2010
Reeditado em 15/09/2010
Código do texto: T2498720
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