Mulher sem face
Quando menina brincava de mãe
Embalando a boneca toda sapeca,
Nem se dava conta da verdade.
Queria ser grande, triste ventura,
Nem podia imaginar a realidade
Tamanha desigualdade diante da vida.
Sonhos desfeitos, noites acordada
Choro contido, vida ceifada, falsa valentia
Em ostentar a forte figura,
Mãe, guerreira e amante
Mulher sem face.
Sem posse da identidade de ser formosa.
Rosto marcado pela dureza da causa,
Constrangida no físico e na alma,
Em troca de ser companheira,
Mãe, guerreira e amante
Mulher sem face.
*Infelizmente esta é a realidade de muitas mulheres que sofrem violência.