Amor Cheio de Fim

vira mesa,

põe mesa,

torce a corda,

banha no sol,

acalma a horda,

porque

estamos

juntos.

juntos de bastar:

ela sentada no meu

colo de verão,

e eu deitado

no seu espírito

até frágil,

mas vibrante

e meio

colossal.

ai, dá em

dúvida.

ela, bonita,

croata de

frente,

formada em

flores de

plumas

de jardim,

sempre bela,

igual sol

de inverno,

sempre afim

de jorrar o

quente.

ai,vem a dúvida.

todo homem tem,

se não tem

um dia vai

encontrar,

como se acha

um cacho de uva,

esquecido no pomar.

eu não gosto mais dela.

ela não gosta mais de mim.

nem abrindo janela

pra entrar algum vento,

ou fechando portas,

pra esconder o céu azul.

estamos igual fundo de

panela:

não servimos mais pra nada.

e esta história

fim não tem:

não há como se

largar

um do outro,

nem carregando

a bandeira dos

solitários.

o tempo morreu

em nós,

passamos da época,

viramos saudade

de criança.

agora, vai dizer

isso pra ela:

-não digo não!

vem dizer pra mim,

não aceito não !

quem mandou casar

a gente?

sabendo que o enlace

começa de um lado

e termina do outro.

azar!

somos agora

um par

que mora

no fim do mundo.

amor danado!

começa

e sempre tem fim!

e ainda dança

na ala dos alados !

fim, não tem!

tem fingido

de arder,

tem ungidos,

sem prazer !

José Kappel
Enviado por José Kappel em 26/09/2006
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