Fez um corte na pele a alma

Sempre soube que normal não me cabia,

Que uma só palavra não me definia.

Sempre soube que dentro da pele uma alma existia,

E que por muitas vezes ela ardia.

Nas muitas vezes que estive com os lábios cerrados,

estive também com o punho e o pulso cerrados.

Chorava um choro com luto sentimentos escondidos,

um choro mudo, não se ouvia ruídos.

E gritava dentro do peito o finado,

sentimento enterrado algo que não era lembrado.

Posto sete palmos além do pecado,

gosto incerto falso de algo destilado.

Fez um corte na pele a alma,

E viu-se azul como a calma.

Despiu-se da pele e da fama,

olhou-se no espelho com drama.

Transbordou o rio sobre o céu e derramava

mas sentiu que limpava os olhos e purificava.

Caminhava ao lado da moça de vidro e encantava,

Queria poder sentir a vida e não amava.

Nina Blessed be
Enviado por Nina Blessed be em 14/09/2010
Código do texto: T2498598
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