POESIA, MULHERES E VINHO

Nas cartas que escrevo para o imaginário

Vejo lendários bolseiros,

Que com seus couros e costureiros

Transformam em cestos: os relicários.

Mais que boa sina

Que nunca termina,

Com pena e tinta desenho brumas

E entre nuvens, mar e espuma

Venço noites em espontâneas rimas.

Das que falam em fórmulas e flâmulas,

Em líquido – colorido vinho

E nas mulheres lânguidas em suas camas

Em vestes transparentes enfeitando meu caminho.

Nem escrevo pras estrelas

Satisfaz-me a carne humana...

Se teu perfume sinto no tinteiro,

Espero-te por incontáveis semanas.

Assim continuo em francos versos

Espontâneos ou repensados.

Sem simetria – confesso,

Pois desconheço poemas acabados.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 14/09/2010
Código do texto: T2497903
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