POESIA, MULHERES E VINHO
Nas cartas que escrevo para o imaginário
Vejo lendários bolseiros,
Que com seus couros e costureiros
Transformam em cestos: os relicários.
Mais que boa sina
Que nunca termina,
Com pena e tinta desenho brumas
E entre nuvens, mar e espuma
Venço noites em espontâneas rimas.
Das que falam em fórmulas e flâmulas,
Em líquido – colorido vinho
E nas mulheres lânguidas em suas camas
Em vestes transparentes enfeitando meu caminho.
Nem escrevo pras estrelas
Satisfaz-me a carne humana...
Se teu perfume sinto no tinteiro,
Espero-te por incontáveis semanas.
Assim continuo em francos versos
Espontâneos ou repensados.
Sem simetria – confesso,
Pois desconheço poemas acabados.