Retina rasgada

Rasga o céu. Rasga.

Rasga a retina

Desses olhos vestidos de mel

e essas roupas de moça pobre

que dança e me ritima.

E eu suavemente opero o milagre

Com esses instrumentos que mãe me deu.

Natureza mãe em estado de posse

E domínio

E ocupação.

E o coração da terra

Aonde sou verme.

Mas sou fértil e me apaixono sempre –

A cada nova lua.

E rasgo teu céu. Rasgo.

Rasgo a retina

Desses olhos vestidos de mel

E lanço-me na Terra contigo.

E trepamos na árvore da ciência.

Luciano Fortunato
Enviado por Luciano Fortunato em 26/09/2006
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