O véu de Maia
Os sonhos não respeitam o tempo
O tempo para o lúdico
Não conta...
O tempo,
Recebeu de Deus
A incumbência de aliviar-nos as dores
Então vemos aquilo que queremos ver
Somos o que queremos ser...
Numa guerra de inconsciente, verso consciente...
Uma ínfima verdade
O tempo... Ao menos, o nosso tempo
Não existi sem mim
Sem o meu sonhar
O pesadelo, o verdadeiro inferno
É a vida que deu errado
Os naufrágios... As procelas esfacelam-me
Mas posso voar em meus sonhos
E como um pássaro de fogo
Sobrevoar minhas ilusões
E iluminar o escuro que me toma a retina.
Não se pode exigir integridade dos desejos
O egoísmo faz dos mesmos
Setas que atingem nosso amor
Falecendo assim toda a melodia da vida
Meus desejos não respeitam
Meu não tempo
E um homem terno
Envolve-me as lembranças
Revolvendo minha saudade
E choro feito criança
Desamparada pela sorte
Tiro meu rótulo...
Sou o que sou
Perdida como estou
Enamorada pelo sol
Consumida pela paixão
Prisioneira da solidão.