Amnésia
A paisagem é a mesma sempre...
E os tons escuros não querem abandonar meu céu
Aminha caneta é azul,
De um azul tão bonito... Suave, infante
Gostaria de mergulhar, e submergir em cores assim
Soltar um grito no ar... Só pelo prazer de me ouvir
Tendo a certeza de que acordei,
Do pesadelo que se tornou minha vida.
Corpo envolto em negro véu
No ar o silêncio das tumbas
Plantada na sala de espera da dor
Aguardando o fatídico chamado da derrota
Amnésia... Não sei voltar
Mais não quero ficar sentada aqui
É tudo tão frio...
O enxofre invade minhas narinas
E meu pedido de socorro não me alcança os lábios
Natimorta minha vontade...
No vácuo desse momento
O único sinal de vida
São as lágrimas mornas
Que teimam em rolar-me pela face
É o humano ainda em mim...
Minha memória mergulha no esquecimento
E repouso meus sonhos
Num lugar onde a desilusão não os possa achar...
Não quero me despedir da vida
Ainda amo viver...
Só preciso ressuscitar meus motivos,
Esquecidos no passado
Numa vida,
Que não me parece nada familiar...
Amnésia de mim!