A ultima garça.

Todos os dias brancas garças

Mal a manhã nasce

Aos primeiros sinais da aurora

Qual revoada de anjos peregrinos.

Entre brumas aparecem graciosas.

Quais virgens em prece o céu cortando.

Em flocos, em plumas alvacentes.

Sinfonia de belezas mansamente

Cobrem o espaço cor de roza.

Espíritos de luz, na alvorada

Harmônicas, suaves ondulantes.

A plêiade alada então flutua.

Determinadas procurando o Norte.

Buscam recônditas lagoas

Aonde o dia transcorre em harmonia.

Entre as flores de nenúfar,

e o casto bosque.

E dança o fauno ao son de um alaúde.

A tarde chega, e antes que anoiteça.

Retornam qual sílfides sagradas.

Momento de paz,

o sol se deita.

A derradeira luz se esconde.

No verde da montanha então com graça.

Sobre a curva do rio que ali coleia.

Suavemente, diáfana,

Quase um sonho.

Junto a primeira estrela,

Que hora chega.

Desaparece pouco a pouco,

A ultima garça.

Aterrado.S.Sebastião.do Rio Verde.M.G.

2008

Hermes Brasil
Enviado por Hermes Brasil em 14/09/2010
Reeditado em 14/04/2011
Código do texto: T2496940