A ultima garça.
Todos os dias brancas garças
Mal a manhã nasce
Aos primeiros sinais da aurora
Qual revoada de anjos peregrinos.
Entre brumas aparecem graciosas.
Quais virgens em prece o céu cortando.
Em flocos, em plumas alvacentes.
Sinfonia de belezas mansamente
Cobrem o espaço cor de roza.
Espíritos de luz, na alvorada
Harmônicas, suaves ondulantes.
A plêiade alada então flutua.
Determinadas procurando o Norte.
Buscam recônditas lagoas
Aonde o dia transcorre em harmonia.
Entre as flores de nenúfar,
e o casto bosque.
E dança o fauno ao son de um alaúde.
A tarde chega, e antes que anoiteça.
Retornam qual sílfides sagradas.
Momento de paz,
o sol se deita.
A derradeira luz se esconde.
No verde da montanha então com graça.
Sobre a curva do rio que ali coleia.
Suavemente, diáfana,
Quase um sonho.
Junto a primeira estrela,
Que hora chega.
Desaparece pouco a pouco,
A ultima garça.
Aterrado.S.Sebastião.do Rio Verde.M.G.
2008