De Lua entregue, Despida


Seguiram meus versos em revoada
Aturdidos,  meus escassos ouvidos
Recolhem-se...  Retraem-se
Sem suportar o barulho dessa rotina

O tempo, a rigor,  exige que eu siga
E, no entanto é preciso desacelerar os passos
Mais devagar meus olhos olham breves
Leves passos num realçar de pré estação

Urge-me  vasculhar  as  flores
Por onde ainda  as pedras me  nascem
E se atrevem a passear e passam
 
Comove-me  a liberdade de meus pássaros
Por onde todas as relvas  me aprisionam
Em ledos perfumes que se  esvaem
Como versos, no vento, à mercê do tempo
...
E,  se dão as reconciliações tépidas
Acordes às  lembranças tardias
Reversas às volúpias não dormidas
Bocas desconexas e unidas
Como se a vida toda acontecesse
Na eternidade de um só dia
 
....
 
No céu pairavam as estrelas, todas loucas
Excitadas, roucas e  aplaudindo
A noite clara de uma lua tímida
...
Ternamente despida
Distraída do termo "lá fora"
Sábia de que aqui dentro
O presente sempre " é "
...
Não era...
...
E, nem se foi
... Embora




 



*** imagens google***





AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 14/09/2010
Reeditado em 19/07/2011
Código do texto: T2496620
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