De Lua entregue, Despida
Seguiram meus versos em revoada
Aturdidos, meus escassos ouvidos
Recolhem-se... Retraem-se
Sem suportar o barulho dessa rotina
O tempo, a rigor, exige que eu siga
E, no entanto é preciso desacelerar os passos
Mais devagar meus olhos olham breves
Leves passos num realçar de pré estação
Urge-me vasculhar as flores
Por onde ainda as pedras me nascem
E se atrevem a passear e passam
Comove-me a liberdade de meus pássaros
Por onde todas as relvas me aprisionam
Em ledos perfumes que se esvaem
Como versos, no vento, à mercê do tempo
...
E, se dão as reconciliações tépidas
Acordes às lembranças tardias
Reversas às volúpias não dormidas
Bocas desconexas e unidas
Como se a vida toda acontecesse
Na eternidade de um só dia
....
No céu pairavam as estrelas, todas loucas
Excitadas, roucas e aplaudindo
A noite clara de uma lua tímida
...
Ternamente despida
Distraída do termo "lá fora"
Sábia de que aqui dentro
O presente sempre " é "
...
Não era...
...
E, nem se foi
... Embora
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