Fragmentos 48 [Existência fragmentada]
Sabe,
às vezes a gente vive aqueles dias
que não sabe o que dizer,
não sabe o que fazer,
como pensar...
Dias extremamente nublados,
tenebrosos,
quiçá temerosos,
que só existem para confirmar a efemeridade da existência.
Dias turvos como sono pesado,
no qual não se acorda sem suor frio,
sem corpo quente,
de febre,
de medo,
de ansiedade.
Nada separa a saudade.
Tudo que se diz é vão.
O que pensar desses dias de não?
Como sobreviver ao fugaz sentido?
O que dizer,
o que pensar?
Sabe...
São dias como esses que reiteram sofrimento,
que amargam existência,
que dizem muito sobre a beleza,
quando sobra incertezas,
dizendo que foi tudo intenso,
porém, sem mais,
mais que sem jeito.
Às vezes a gente vive esses dias,
como não?
São meus?
Sei não.
Até parece...
Mas não.
Ou seria somente negação de sobrevida?