Desejos Selvagens
Um fogo penetrava suas veias
Chamuscavam meu querer
Diante de tanta beleza
Sentia-me indigna do seu amor
Minha pele ardia
Enquanto vislumbrava tamanha força
De músculos dilatando
Transformando-se
As garras nascendo para a noite calada
Numa mistura de roupas desfeitas
E a constante luta do ser e estar
Nos olhos inflados do id
Meu eu querendo descer
Alcançar-te
E arrancar-te das trevas
Mostrar-te a imensidão de luz em mim
Nesta torre que me colocas-te
Por segurança, pergunto
Por que te sinto
Nestas horas de solidão e espera pelo amanhecer?
A última lua não chega
Neste teu caminhar
Convertido nas batalhas
Do ficar ou ir
A magia do luar alcança nossas peles
E te atira no abismo
Para longe de mim
Para longe dos meus abraços
Naqueles instintos triplicados
Tão conhecidos
E temidos
Por nós
Mas quando o sol libera teu sorriso
Sou eu quem te liberto da agonia
Acalmo o sofrer
E beijo o corpo calejado da noite
Enquanto isso
Resta-me a janela
Para ti, seguir
Para nós, a esperança
...Nos olhos inflados do id
Uma lágrima isolada
Um adeus na madrugada
Um rastro de poeira
Enquanto eu digo até logo.
*