Desejos Selvagens

Um fogo penetrava suas veias

Chamuscavam meu querer

Diante de tanta beleza

Sentia-me indigna do seu amor

Minha pele ardia

Enquanto vislumbrava tamanha força

De músculos dilatando

Transformando-se

As garras nascendo para a noite calada

Numa mistura de roupas desfeitas

E a constante luta do ser e estar

Nos olhos inflados do id

Meu eu querendo descer

Alcançar-te

E arrancar-te das trevas

Mostrar-te a imensidão de luz em mim

Nesta torre que me colocas-te

Por segurança, pergunto

Por que te sinto

Nestas horas de solidão e espera pelo amanhecer?

A última lua não chega

Neste teu caminhar

Convertido nas batalhas

Do ficar ou ir

A magia do luar alcança nossas peles

E te atira no abismo

Para longe de mim

Para longe dos meus abraços

Naqueles instintos triplicados

Tão conhecidos

E temidos

Por nós

Mas quando o sol libera teu sorriso

Sou eu quem te liberto da agonia

Acalmo o sofrer

E beijo o corpo calejado da noite

Enquanto isso

Resta-me a janela

Para ti, seguir

Para nós, a esperança

...Nos olhos inflados do id

Uma lágrima isolada

Um adeus na madrugada

Um rastro de poeira

Enquanto eu digo até logo.

*

Gisele Galindo
Enviado por Gisele Galindo em 12/09/2010
Código do texto: T2494315
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