Cicatrizes

Suas mãos manipulavam com delicadeza

os pincéis

Que cobriam os arranhões de seu rosto

As feridas ardiam com o ato,

como se ela tentasse escondê-las

com fogo

ao invés de pó.

O espelho reflete um sorriso.

Mas não esconde o olhar vazio

nem a tristeza de seu coração.

O telefone, quebrado a tempo,

nunca chamou ajuda,

nunca pediu proteção.

As cápsulas, jogadas ao chão.

A poça vermelha brilha à luz

amarela da lâmpada.

Aquele que ferira seu rosto

não encostaria em mais nenhum ser.

Giulia Dohoczki
Enviado por Giulia Dohoczki em 11/09/2010
Reeditado em 01/10/2010
Código do texto: T2491899
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