Cicatrizes
Suas mãos manipulavam com delicadeza
os pincéis
Que cobriam os arranhões de seu rosto
As feridas ardiam com o ato,
como se ela tentasse escondê-las
com fogo
ao invés de pó.
O espelho reflete um sorriso.
Mas não esconde o olhar vazio
nem a tristeza de seu coração.
O telefone, quebrado a tempo,
nunca chamou ajuda,
nunca pediu proteção.
As cápsulas, jogadas ao chão.
A poça vermelha brilha à luz
amarela da lâmpada.
Aquele que ferira seu rosto
não encostaria em mais nenhum ser.