ETERNIDADE
A verdade é que hoje quando realmente estou sentindo não consigo escrevê-lo. Suspeito, alguns poetas já sentem pensando em como colocá-lo em versos. O que não mais me cabe. Quando, como agora, tudo é confusão em mim, não sai uma palavra: até eu pensar em como traduzi-lo, essa preocupação já se sobrepõe completamente ao sentimento.
Também, muito menos importante me é o que escrevo quando poucas pessoas me lêem. Não que eu vá deixar de escrever porque não me lêem, mas que, quando lêem, ao menos considero muitos aspectos antes de publicar. É salutar. Porque é uma necessidade, embora conflituosa, que não deixo de escrever nem de publicar.
Muita coisa tenho ainda a falar e continuarei falando. Quão ridículo achem os fantasmas aquilo que com alguma militância escrevo tanto será a minha força em continuar. Em que tempo escreverei o que penso sobre ontologia, metafísica, estética, política? Talvez não sobre tempo em minha eternidade.