[a noite é uma orquestra de grilos]
a noite é uma orquestra de grilos
na voz das águas
das ramagens
há um coro de sombras anichado
entre as moitas dos uivos
moldadas pelos vento
e o medo é uma sirene
grita
na corola ferida do silêncio
mas a janela abre-se
convida a noite a entrar
não se resigna a ser moldura
onde a paisagem se entrega
a qualquer olhar
oferta-lhe farta mesa
e cama de dossel
para que a criança
enfim se renda ao sono
nos braços da sua mãe