O POETA E A CIDADE 25

O POETA E A CIDADE 25

Cidade vadia.

Aqui, estou eu!

Tua rejeitada cria.

De sexo fui, dia-a-dia.

Nas tuas ruas,

Fui orgias.

Mas, esse que cria é,

E como palavras, nua te deixa.

Tem quente o sal que nos tempera.

Parte quermesse, parte miséria.

Cidade vadia.

Aqui, estou eu!

Tua rejeitada cria.

Vendi-me.

Prostitui-me.

Fui de um e de tantos.

Fui de canto, mesa. Ladeira, capim.

Fui, sou.

Cria.

Vadia.

Dessa cidadezinha.

Mas, sendo eu,

Cria vadia.

Dessa cidadezinha.

Tenho uma breve alegria,

De quê em poesia vadia,

Sou eu...

Tua melhor cria.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 09/09/2010
Código do texto: T2488552
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