Ars solemnis
Tem poesia pedindo para nascer
De um poeta solene,
De um moleque perrengue,
De uma menina da estrada,
Provinda de uma luz divina
Que tira a sonolência e ilumina
O caminho que temos que compartilhar.
E a poetisa poetiza
E o poeta faz arte ao poetizar.
A palavra que vem do nada,
O nada que contém o tudo,
Muito extenso,
Ocupa um espaço vazio.
E o caminho compartilhado chega sempre há algum lugar.
Os dedos no piano que saltam e engajam o soprano
Favorece o contralto,
Do alto do palco,
Onde a luz do sarau quer se mostrar
E penetrar na alma branda,
Rompendo a ignorância da mente pessimista,
conformista, intimista e engessada
Pela nebulosa que assombra o pensar.
A arte do melífluo escondido
Dará luz à religião de Cristo
Composta por amor e hospitalidade
Justificada pela razão e pela emoção,
Baseadas na imagem e na semelhança.
O Senhor do pastoreio inspira o poeta e o padeiro
O pão da vida tem sabor de carne humana
E irradia a poesia em forma de cruz
E em nome da arte.
Porque viver é um exercício repentino e repetido
Baseado no foco do Autor divino
Pois somos filhos e criação,
Poesia e rompimento,
Passo firme e movimento,
Clareza e escuridão.
Onde o sopro que impulsiona o coração
É provocado pelo todo e pelo nada
Dentro de um mundo passageiro
Formando forasteiros
Cujo código e dever é iluminar.