NA RESSACADA

De qual vazio apareces

Cânticos espargem na ameia

Pela sacada, em real vista,

Lamúrias pelo que espera

À vista, da vigia, entre céu e mar,

Um canto abrange

De onde a alma sossega

Variantes de amores perfeitos

Sinta esta luz pelas estrelas

Convidam na espera da volta

Sem revoltas de corações partidos

Entre os beijos deixados

Alquebram lembranças & desejos

Nos diários noturnos, desses sintéticos,

Abruptam-se em laços e convivas

O amanhã ainda descortina

Na cálida alvorada que mareia

Teu corpo nu que seduz o leito

Mesmo na solidão contínua

Espera por estas mãos que te toquem

Ávidas de desejos, carnes quentes,

A lancinante dor da espera

Lampejos deste teso que se agita

Antes do desembarcar da nau

Redundas as ondas do destino

Cá, entre meus anseios múltiplos,

Lá em teus reflexos úmidos

Cavas para novos tintos

Doces libações para todos os deuses

Pequenas fragrâncias pelo atro

Enquanto espaço o tempo agora

Outra gota em lágrima que se chora

Dai-me a solidão, sinal de partida,

No amanhã que me desponta para teu sorriso

Ter tuas carnes ao alcance das mãos

E rever este brilho de teu olhar gris.

Navegar na direção do bom da vida é a próxima parada!

Peixão89

Santo André, 5.8.2004.

Peixão
Enviado por Peixão em 25/09/2006
Reeditado em 25/09/2006
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