ESTE MUNDO NO QUAL EU VIVO
As vezes eu penso no que sou correto
que quando eu amo, amo de verdade,
que sozinho eu vou pelo deserto
abaixo a cabeça num gesto de humildade.
Não sei se o resto do mundo é assim,
porque eu procuro ver a justiça
mas jogam injustiças pra cima de mim.
EU vejo o morto e a preguiça.
Eu devolvo até mesmo um centavo,
mas me roubam o ano inteiro
depois ainda pedem o meu voto
e tenho que escutar todo esse berreiro.
Não sei se eu sou o único justo
que caminha por esta terra
porque não faço conta de nenhum custo
pelo dinheiro eu não faço a guerra.
Se levo um tapa eu dou perdão,
quem me agrediu estendi a mão
na sua hora de desespero
ainda senti por ele compaixão.
Será mesmo que tem gente assim,
assim como eu que ainda é pobre,
que se recusa roubar por um fim
mas faz um discurso como se fosse nobre?
E conheci um pai que já morreu,
mas que tinha honra e honestidade,
foi a única riqueza que ele me rendeu,
devo a ele a justiça e a verdade.
Talvez isso explique eu ser tão honesto,
tal pai, tal filho é o velho ditado,
o meu exemplo e o maior gesto
foi eu ver que por ele ninguém foi roubado.
Este mundo no qual eu vivo
não parece ser o mesmo que ouvi falar
matam e roubam por qualquer motivo
a violência ninguém sabe quando vai acabar.
Mas mesmo assim eu ainda sou correto,
já a tantos anos não vou mais mudar.
A estrutura aqui parece de concreto,
oh mundo vil e triste no seu caminhar!
(YEHORAM)