Sombras de mim

Não quero tuas promessas

Sejam mentiras ou verdades,

Nem sequer a sombra tua

Nem teu paraíso colorido

Quero só a dádiva de não ser,

Dá-me as noites nebulosas

Para poder andar sem rumo

Sem querer pedir demais

Arranque todos os sentimentos

Não quero ser luz nem trevas,

Nem sol, nem luz, nem estrelas

Quero somente o esquecimento,

Caminhar pelas tardes chuvosas

Sem ter em mim lembrança alguma

Vós que criaste o universo

E proclamastes o sopro da vida,

Pode me arrancar - lá agora mesmo,

Só não arranque de mim as rimas

Nem tire de mim a poesia,

Último prazer que me acompanha

Pois já pesa em meus ombros

A dura pena de estar vivo

E quando chegar minha hora

Se puder dá-me a honra

De ter um fim eterno...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 07/09/2010
Código do texto: T2482811
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