SOLDADOS . . .

Escondem-se na mata entre pedras
e mato espesso.
São soldadinhos, rapazitos arrancados
ao seu meio, às suas gentes!
Estão na guerra.
Uma Guerra que não é deles...
Defender a Pátria, dizem-lhes;
e eles acreditam, alienados...
Ninguém lhes contou
que o Capitão já casas comprou,
que a conta do Banco está recheada
e que para eles não há Nada!

Há bombas e balas pelo ar,
silvos e granadas!
Colam-se ao solo, protegem o rosto.
Esperam, ansiosos, no seu posto
que o grupo avance
e, de relance
vêem uma explosão mais a norte!
Há respostas com metralhadoras
espalhando a eito, a negra morte...

Ouvem-se gritos, pedidos de ajuda!
As ordens do Sargento são para cumprir:
marchar para o centro da batalha,
ser alvo indefeso dessa metralha!

Gera-se a confusão na noite escura:
Um Cabo ordena rápida resposta.
Pela rádio, o Capitão manda retirar
para zona mais abrigada;
a acção será de madrugada.
Correm às ordens do Capitão
procurando covas no chão...

Buscam os feridos e talvez os mortos:
amigos, parentes, companheiros!
Correm os maqueiros,
chamam a ambulância
e numa ânsia
querem um helicóptero!

E esta noite de loucura
é comum a todas as guerras:
soldados mortos, estropiados,
famílias destruídas, lágrimas sem fim
apenas para satisfação de alguns...

Beijinhos,
Teresa Lacerda
Enviado por Teresa Lacerda em 06/09/2010
Reeditado em 07/09/2010
Código do texto: T2482351
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