Desarma-me

Troco hoje a minha doze, por um salto oito.

Minha insígnia, por um colar de brilhantes finissímo,

combinando com os brincos.

Deixo guardado o colete

preparo um vestido vermelho rendado,

sem alças e as ligas.

Eu gosto de correr perigo!

Na carteira pequena de mão,

eu carrego o batom.

Deixo o rádio no canto esquecido.

Sou o alvo certo, da tua libído.

No salão iluminado, de luzes festivas

Não tenho disfarces, eu quero ser vista!

Meus cabelos castanhos, em minhas costas nuas,

onde atiras o teu desejo, me beijando suave

e me arrepias a nuca.

Eu provo o poder das algemas que são

as tuas mãos, envolvendo a minha cintura.

Não me arrisco a uma fuga!

A minha estratégia é só me render!

Lutar só se for no prazer.

Num corpo à corpo, frenético e brutal

Onde nem o gozo é o golpe final.

Me deleito na tortura das tuas carícias

lambendo-me a pele suada e sedenta

da tua volúpia.

Quebrando a razão das leis, que a vida me impõe

trasngrido no tempo sentindo o teu cheiro

e o teu jeito tão meu, de nos fazermos únicos.

Desarmada e nua,

suas mãos revistam meus esconderijos,

eu te confesso que sou toda tua,

e o teu corpo se faz meu escudo.

Minha tática, minha conduta!

Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 06/09/2010
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