NA MAGIA DE UMA NOITE, O MITO DE UM DIA
Foi miragem...
Sussurros no ouvido
Pele suada
Naquela bela noite fria
Seu rosto na mente
Estrela ascendente
De segunda à sexta
Iluminando um porto carente
Que leva como bagagem o resto
De sua imgagem...
Imagem que sobrevoa
Sem asas pelo espaço
Que rompe na ante-sala
Se apodera dos meus sonhos
Me deixa quando quero
Mas não me larga como sombra...
Eu desejava, minto se negar
As curvas da navalha como beijo
Não posso desviar
As delícias da madrugada ao brotar
Se refulgem e ascendem
No fascínio de seu rosto
Teria que passar no limiar de suas garras
E no paraíso de sua dor
Alojou-me tão súblime e eu cansado
Num relance doeu minha alma
Sentindo na carne o aroma da flor: acolha-me
Refigio-me no seu desabrochar
Não era a lua dos seus olhos
A mesma que você deliciou
Era o meu ser transfigurado
De rios e orvalhos...
Um semblante tremia
A terra nos invadia
Naquela quinta você folia
Havia ruas sem dores
Segredos sem surpresas
Não Havia sonho que nos acordasse
Daquela dormente magia
Menino eu?
Você sorriu! tá lembrada?
Meus olhos procuravam infância nos teus
Não havia marcas de navalhas na mão
Ainda assim a cada toque um ais sem fim
Era você um destino se abrindo em mim
Vai que o mar tem pressa
A lua tem sede
É um carinho que na saudade apressa
Vem que o sol não demora
Na paixão súblime irradia
Uma poesia que queima e devora...
O carinho que renasce dos lábios da aurora
É o mesmo que multiplicará os filhos de outrora.