ESTÁS AÍ, EM MINHA NOITE ?

É noite...

Será que estás aí, em minha noite?

A luz se apagou e, seu clarão,

Nos homens e nas coisas, desapareceu.

E tudo me parece cinzento e,

Tudo me parece sombrio...

Tal como a natureza,

Quando o nevoeiro empana o sol

E, encobre a terra...

Tudo me custa, tudo me pesa...

Sinto-me lenta...

Ao despertar, a manhã me oprime...

Pois ela me mostra,

Mais um dia.

Tenho pressa de desaparecer,

Invejo a morte...

Como um esquecimento.

Quisera partir,

Evadir-me

Fugir...

Para qualquer lugar,

Escapar...

Mas escapar a quë?

A ti, aos outros, a mim, não sei...

Mas partir,

Fugir...

Avanço como um ébrio,

Empurrada pela rotina, sem saber,

Repito a cada dia os mesmos gestos,

Sei, porém, que são inúteis...

Chamo e não respondes,

Procuro, e não te encontro...

Tudo abandonei,

Tudo traí...

Pois bem sabes,

Que nem em pensamentos,

Nunca isto aceitei.

Agora, vejo-me só...

Tua ausëncia é meu tormento

É noite, agora,

Estás aí em minha noite?

Onde estás?

Amas-me, ainda ?

Não te deixei para trás ?

Responde-me !

ESTÁS AÍ, EM MINHA NOITE ?

LEINECY PEREIRA DORNELES

Fundadora e 1a. Presidente da POEBRAS-CASSINO/RIO GRANDE

Membro da Academia Rio-Grandina de Letras

Do Livro: "SIMPLESMENTE AMORES"

Editora Scortecci, São Paulo/SP, 1993.

leinecy
Enviado por leinecy em 15/06/2005
Código do texto: T24808
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