dentro do bolso

meu pai trabalha

pena que eu nao saiba

como ele é

todos amam a glória

eu também

meu ego é como

o estomago de um obeso

sempre inflado

sempre esperando mais

é como o cerébro de um viciado

quente e gelatinoso

esperando você voltar

minha loucura

cai com o relâmpago

queima a tomada

e eu fico sem energia

acendo a vela

e queimo a casa

sem perder o riso

ah como eu rio

nesses ultimos dias

pessoas futeis

parecem brinquedos

quebrados

sempre perseguindo

os defeitos

como um cão persegue o rabo

eu sou louco

e não a nenhuma loucura

nisso

meu pai trabalha

dia e noite

ele é um diabo pobre

um pobre diabo

eu não guardei

o seu rosto

o seu resto

migalha de chuva antiga

dentro do bolso

AbnerSohel
Enviado por AbnerSohel em 05/09/2010
Código do texto: T2480075
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.