ALUCINAÇÃO INERTE DE UMA VIDA
As palavras ameaçam as coisas
As coisas se mostram inertes,
A inércia esconde algumas coisas
E as coisas se escondem em meio as coisas
A repetição fatiga esses versos
Os versos se corrompem a rima,
A teoria assombra a vida
E a vida de certo modo se fragiliza
Frágil no olhar de uma esperança perdida,
Perdida num caminho sem saída
De uma estrada pervertida
Que às vezes se mostra sem final
No final
A criação se horroriza e interroga a vida
De quem nunca viveu
De quem nunca escreveu
De alguém que sobrevive mas não existe mais
Más lembranças
Perturbam uma insônia mal cuidada,
A insônia não cuidada se transforma num pesadelo real
Imaginado tão vividamente que faz da morte uma presença integral
A cada momento de alucinação.
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Extraído do livro: PENSAMENTOS & POESIA, disponível para download na seção e-livros.