DERRADEIRO
A mesma paixão ainda arde em meu peito
Por isso lhe peço: não chorais!
Padeço agora o meu suave leito
Nestes meus momentos finais
O que fui outrora
Não o sou agora
Porque se a ti o amor apavoras
A mim alivia tanto quanto consola
O que fui outrora
Não o sou agora
Se lhe falta o riso minha doce senhora
Levarei tua saudade nestes versos de agora
Vivo meus momentos finais
Permanecerás tu.
Uma obra-prima da vida
Celebrarei com veemência e eternamente
Tua beleza e alegria sem iguais
O mundo, talvez, fique calado
Talvez, não menos que isto. Parado.
Pois, aquele que versificou tão puro amor
Não estará mais ao teu lado
Partirei a cumprir meu destino
Sabendo que nesta Terra sou peregrino
E ainda que meu corpo apresente hoje
As marcas da algoz enfermidade
Não se esqueça minha querida
Que minha única felicidade
Não foi ter, simplesmente, vivido
Mas, foi ter te amado,
como um menino