Tenho medo!
Eu tenho medo de virar aquela esquina
E de encontrar o meu passado, a minha sina:
Tanto tempo perdido de pouca ternura,
Resquícios de alma pequena e nenhuma doçura.
Tenho medo, tenho medo sim!
Tenho medo de tudo, tenho medo até de mim...
Qual fantasma arrastando correntes no pó da estrada,
Quantas vezes pensei que fui tudo, agora sei que sou nada!
Eu tenho medo de virar aquela esquina
Quando o manto da noite tudo cobre, tudo amofina,
Apenas o silêncio que tudo envolve num pálido langor,
Entre espectros de almas penadas e gritos de horror!
Ah, esse medo que tortura e me apavora!
Aquela esquina vive dentro de mim a toda hora.
E esses momentos de susto atroz e vil
Despertam-me fantasmas da mente infantil.
Eu tenho medo de virar aquela esquina
Dói-me o peito qual ferroada de angina.
O que fazer para esse medo vencer
Se só o que penso e sei é correr!
Deus, ó Deus dos mais medrosos:
Tenha dó dos que vivem temerosos.
Tirai a carga desse medo em nós,
Ó meu Senhor que recorremos a Vós!
(Tela: "O Grito" de Edvard Munch, 1893)
Vinhedo, 3 de setembro de 2010.
Eu tenho medo de virar aquela esquina
E de encontrar o meu passado, a minha sina:
Tanto tempo perdido de pouca ternura,
Resquícios de alma pequena e nenhuma doçura.
Tenho medo, tenho medo sim!
Tenho medo de tudo, tenho medo até de mim...
Qual fantasma arrastando correntes no pó da estrada,
Quantas vezes pensei que fui tudo, agora sei que sou nada!
Eu tenho medo de virar aquela esquina
Quando o manto da noite tudo cobre, tudo amofina,
Apenas o silêncio que tudo envolve num pálido langor,
Entre espectros de almas penadas e gritos de horror!
Ah, esse medo que tortura e me apavora!
Aquela esquina vive dentro de mim a toda hora.
E esses momentos de susto atroz e vil
Despertam-me fantasmas da mente infantil.
Eu tenho medo de virar aquela esquina
Dói-me o peito qual ferroada de angina.
O que fazer para esse medo vencer
Se só o que penso e sei é correr!
Deus, ó Deus dos mais medrosos:
Tenha dó dos que vivem temerosos.
Tirai a carga desse medo em nós,
Ó meu Senhor que recorremos a Vós!
(Tela: "O Grito" de Edvard Munch, 1893)
Vinhedo, 3 de setembro de 2010.