PANO DE FUNDO
Euna Britto de Oliveira
Site de Poesia: www.euna.com.br
Esse não era o plano...
Num campo plano,
o jogador que não ganhou torce a camisa suada...
Ele jogou pra ganhar!
Simulacro de lacre,
a voz da feiticeira ecoa no ambiente,
e cola um medo na gente,
e cala as vozes velozes da alegria!...
Em algum lugar, sobre palafitas,
ouve-se o Bolero de Ravel,
todos os dias, ao entardecer...
— “A música é grande, Mãe, e cobre todo o pôr-do-sol!”
Diz meu filho,
como se música fosse lençol...
Em quietude quase religiosa,
os homens ouvem Ravel
e espreitam a paisagem,
a passagem de mais um dia,
o sol entrando no mar...
Dizem que Natal é uma cidade linda!
E tão perto de Olinda!...
As dunas de Genipabu ...
A ave negra de cabeça pelada e colorida
é o urubu-rei em vôo redondo,
rondando a carne de sol...
Metálicos, os pássaros feitos pelos homens
comem distâncias....
Corre de mim o rio Grande...