AS SIANINHAS QUE COSTURAM O POEMA...
Gosto da poesia
e gostaria muito
que o mundo se
acabasse em mel.
Dizem que o mundo
não é feito de poesias.
Porém, o meu é feito
de sianinhas coloridas
que costuram minha
despretenciosa poesia.
Não me abalo
na minha insistência
em dizer coisas sem graça.
Esta é a graça dos poemas
que enfeitam o meu caminho.
Acho que não há momento
mais bonito, do que aquele
em que o poema e a sianinha
se entrelaçam, fundidos,
dissolvidos num só tema: a poesia!
Enquanto escrevo coisas sem graça,
parto para além das montanhas,
parto para o desconhecido,
porque o que se conhece
forçosamente se repete e cansa.
Parto para decifrar um certo sorriso.
parto para renovar-me.
Com as esquisitices do meu poema
sem graça e sem pressa,
posso vencer a distância
entre o estar e o ser...