A DOR QUE PROCURO E NÃO ACHO...
Não acho a dor guardada
no texto do poeta.
A dor adormecida nos olhos do menino,
não acho.
Não acho a dor no quarto solitário
de alguém tão só,
nem a dor contida e escondida no soluço
das canções de um trovador.
A dor que procuro e não acho!
Não vejo a dor
nos espelhos que mentem a minha imagem.
Mudo então, o foco da procura
e não acho a dor chorada
na morte de um grande amor.
A dor que procuro e não acho!
Me sustento na busca
da dor fingida do poeta,
e qual trovador,
canto minha fingida dor,
em busca da dor que não dói.
A dor que procuro e não acho!