Vagabundo
Ando nas ruas pisando em poças,
E não tenho nos bolsos dessas calças,
Nenhuma moeda para o alfaiate,
Para que me faça um casaco distinto.
Mas bebo vinho como um príncipe,
E soluço como um bom romancista,
Conheço o encanto e cheiros dessas ruas,
Como se fosse o antigo perfumista.
Os cafés é que me atraem pela manhã,
De longe sinto o cheiro de um bom croaçã,
Pela vitrine de uma opaca cafeteria.
E o dia vai se fazendo uma algazarra,
Da noite que soltou as suas garras,
E eu aproveito uma manhã vadia.