ANSEIOS
(Regilene Rodrigues Neves)
Devagar anseio meus anseios
Um bocado de sonho
Um pedaço de amor
Noite e dia para ver a vida
Correndo por aí...
Seguir a rotina
Alterar as horas
Na hora certa
Sem pressa...
No meio de incertezas
Velar minhas certezas em silêncio
Para não alterar o tempo das coisas...
Tentar não me ferir
Se machucar curar as feridas
Palpando com amor
Os lugares arranhados
Para que mágoas não se alojem no peito
E as minhas dores sejam aliviadas por si
Sem deixar vestígios por dentro...
Que adianta amarguras
Melhor é fazer da dor
Uma lição que ensina
Que quem corre demais
Pode cair e machucar a alma...
Depois de tantos outonos
Vi as folhas caírem na terra
De tão ressequidas
Quebram em minhas mãos
Vi suas linhas e um bocado de pedaços
Caírem pelos meus dedos
Esfareladas de lembranças...
Saudades minhas que partiram
Umas rumo ao longe
Outras sem voltas
Estão não sei onde
Talvez apenas dormindo o sono eterno
Enquanto imaginamos tantos lugares para elas...
Nascer e morrer
Compreender o que não está compreendido
No meio do caminho
Entender as incógnitas do universo
Sem precipitar os dias...
Apenas ouvir o universo
Em seu imensurável espaço
De tempo e lugar
Cabem estrelas e sol no mesmo horizonte
E a poesia preenche todo infinito...
Meus anseios hão de se acalmarem no meu peito
Para que eu possa escutar o barulho do mar
As ondas que lá vão se quebrar
Irão ouvir a melodia da vida
Que escutava sentimentos
E ouvia pensamentos...
Em 01 de setembro de 2010